sexta-feira, 15 de maio de 2009
ESTA É A CONFIANÇA QUE TEMOS EM DEUS: SE LHE PEDIMOS ALGUMA COISA, SEGUNDO A SUA VONTADE, ELE NOS OUVE.
(1 João 5, 14)
Pés de ouro equilibram-se em peixes. Inciput erat verbum: no princípio era a palavra. A palavra é clarabóia sobre o pensamento escuro. Jesus cita as antigas escrituras para sugerir que somos deuses. Na fonte fria lavar cabelos, lavar cabelos na fonte fria. Pés de pluma equilibram-se em águas. Tenho confiança em Deus e a Ele peço três coisas, segundo a Sua vontade:
– a força da poesia
– a força da música
Minha amiga querida,
o senhor Buda não reverencia nenhum Deus,
nem crê na alma,
nem no paraíso.
O senhor Buda tinha sempre a palavra "sunyata" ("vazio", em japonês) na ponta da língua.
"Sunyata", ao contrário do oco da morte, não dá medo, antes é uma estratégia oriental pra lá de magnífica: tornar-se "sunyata" ou "vazio", por exemplo, para não ser atingido pelo sabre da finitude, pela corrupta voz dos políticos, pela gripe suína etc.
O que há de oco numa xícara é "sunyata", e isto é belo como o Taj Mahal.
"Sunyata" – com a tessitura de átomos levíssimos – dá aparência de ser "vazio", mas é pleno de invisível, de angélico prana.
Outro dia li que o prana não é o ar nem o oxigênio, mas matéria fina de toda certeza.
A palavra também é matéria fina de toda certeza e sua origem é a mesma que a do fogo.
Shakespeare disse: "Se a palavra é sopro e sopro é vida".
Já pronunciou Kant: "Devemos aprender a sermos invisíveis com mais humildade".
Um beijo
Fernando José Karl